U.D.R. (também conhecida por UDR 666) foi uma banda mineira de rock cômico criada em 2003. Tinham uma musicalidade extremamente ofensiva, buscando ofender tudo e todos, narrando diversos crimes, como estupro, assassinato e zoofilia. O alvo do grupo em sua grande maioria eram cristãos e, de uma forma indireta, conservadores.
O nome do grupo foi inspirado na União Democrática Ruralista, pois a banda queria um nome que transmitisse conservadorismo, em contraste as suas letras politicamente incorretas. A ideia veio de MS Barney. Em uma entrevista em 2015, Barney afirmou que a União Democrática Ruralista se tratava "do que há de mais direito, nojento e preconceituoso no mundo". Em entrevista, Rafael Mordente disse: “Eu ia dizer que significa "Udora" sem as vogais, mas ninguém pescou essa piada ainda. A ideia era usar uma sigla baseada em algo que remetesse a puritanismo e conservadorismo extremos. De início, a intenção era usar "TFP", por causa daquele movimento "Trabalho, Família e Propriedade" ou coisa que o valha. Mas daí o Barney teve a ideia de usar "UDR" por causa da União Democrática Ruralista, um partido extremamente conservador. Gostamos da ideia e topamos." O resultado dessa escolha foi uma total ofuscação do que um dia foi a União Democrática Ruralista, com qualquer pesquisa te redirecionando para uma completa sátira da mesma.
A banda teve suas ações canceladas por completo em 2016, resultado de um processo judicial feito contra os membros atuais na época (Thiago Machado: MC Carvão e Rafael Mordente: Professor Aquaplay).
A U.D.R. surgiu em Belo Horizonte no ano de 2003, originada da dupla MC Abutre e MC Carniça, que abasteceu a fogueira dois anos antes com as músicas "Bonde da Depressão", "Bonde da Mutilação" e "Dança do Pentagrama Invertido".
Entre 2003 e 2005, estabeleceu-se um trio - MC Carvão, Professor Aquaplay (também MC Abutre, na ocasião) e MS Barney, chegando a lançar em 2003 o disco "Seringas Compartilhadas Vol.2 - Concertos Para Fagote Solo, em Si Bemol" com essa formação. Foi lançada, junto com o disco, a icônica camiseta "O Amor Move Montanhas", que mostrava de forma sutil a silhueta de um homem defecando na boca de uma mulher. Nem mesmo os poucos (porém fiéis) fãs não se atreveram a comprar a peça à época de seu lançamento, cuja reedição atualmente é reivindicada por alguns apreciadores do grupo.
A U.D.R. atingiu maior reconhecimento com a gravação do disco e a disseminação viral das velhas músicas, bem como regravações das mesmas e novos hits, como "Bonde do Aleijado" e "Bonde da Orgia de Travecos". Até então, o grupo primava por batidas simples, baseadas no funk carioca, com letras escatológicas e humor de péssimo gosto. Alguns sons, entretanto, eram mais calcados no rap paulistano, de cadência lenta e rimas arrastadas - mas de teor igualmente corrosivo.
De qualquer maneira, isso rendeu ao trio bons frutos com tribos urbanas de toda sorte - dos indies e descolados que descobriram o funk no Napster aos roqueiros da pesada e demais adeptos da boa e velha degradação da imagem de Cristo. Obviamente, também vieram os detratores - que se ofenderam por alguma razão ou simplesmente se recusaram a desenvolver senso de humor. De uma forma ou de outra, o grupo teve, para sua própria surpresa, sua música levada a ouvidos nunca antes imaginados.
Com fãs e detratores, a banda participou da terceira edição do Kool Metal Fest em 2004, fazendo um show morno que, para bem ou para mal, acalentou a urgência dos fãs paulistanos em conhecerem a banda pessoalmente. Esta apresentação ficou marcada pela fidelidade que os paulistanos passariam a ter pelas músicas do grupo, além de ter aberto as portas em longo prazo para apresentações em outras localidades brasileiras.
Em 2005 foi lançado um novo compêndio de músicas, sob o manto do disco "Jamo Brazilian Voodoo Macumba Kung Fu... CD", que jamais foi prensado ou lançado - embora muitos creiam no exato oposto, o que deu ao suposto álbum um status de "lenda". As músicas que constavam neste punhado de obras foram direto para as playlists dos fãs, que passaram a cantar em uníssono as letras de "Avião Brutal do Scat", "Gigolô Autodidata" e "Sensação Besta No Furico". Foi o primeiro passo da banda para fora do funk carioca, com flertes no metal, no trip hop, no punk rock e no hip hip norte-americano.
O ano de 2006 foi marcado por apresentações mais frequentes e aumento significativo na audiência. Também foi o ano em que o álbum WARderley foi lançado. 2006 também foi marcado pela saída de MS Barney, que viria a fazer aparições esporádicas em gravações e contribuições em letras. Por fim, a banda foi convidada a participar do programa Gordo Freak Show, na MTV Brasil, tendo também a oportunidade de conhecer outros estados brasileiros além de São Paulo - todos com boa receptividade do público.
No ano que se segue, Professor Aquaplay e MC Carvão estão bastante ocupados, mas se concentrando na composição - com muita calma, claro - do material para um próximo disco. Nessa época, a banda flertava vigorosamente com o hip hop norte-americano e prometia batidas de rachar o assoalho e refrões grudentos. .